Aquele
que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir
todas as coisas. E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para
profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para
edificação do corpo de Cristo; Efésios 4:10-12
Existem alguns textos na Palavra que nos apresentam o
que chamaríamos hoje de descrição do trabalho. Ou seja, eles nos ajudam a
entender o papel que a pessoa que ocupa certo papel dentro do povo de Deus deve
estar cumprindo. A passagem de hoje é um desses textos, pois fornece
uma descrição clara do papel daqueles chamados aos ministérios de liderança
dentro da igreja. Vimos um ressurgimento dos ministérios não
tradicionais de apóstolos e profetas, mas suspeito que isso tenha mais a ver com
um desejo insaciável de autoridade.
A lista de Paulo tem uma ampla gama de papéis que
estão faltando hoje na igreja. A autoridade mais comum entre nós é, sem dúvida,
o pastor. A igreja não sabia bem o que fazer com os outros ministérios nesta
lista: apóstolos, profetas, evangelistas e mestres.
Alguns grupos, através de um salto exegético
inexplicável, acreditam que esses ministérios não são mais válidos. Outros
mostram certa tolerância em relação a eles, embora não tenham criado os espaços
necessários para sua expressão dentro do corpo. Isso forçou aqueles que foram chamados a esses papéis
a optar pelos chamados "ministérios Interdenominacionais", ou “paraeclesiástico”
que geralmente são o resultado da frustrante falta de abertura da igreja local.
Nos últimos anos, vimos um ressurgimento dos
ministérios não tradicionais de apóstolos e profetas, mas suspeito que isso
tenha muito mais a ver com um desejo insaciável de autoridade e prestígio do
que com um entendimento genuíno da importância que eles têm para O corpo de
Cristo. Paulo faz três declarações relacionadas a esses ministros na igreja.
Primeiro, o papel de
todos eles, e não apenas do pastor, é o treinamento dos santos. Com isso,
pretende-se dar aos santos todas as ferramentas e treinamento necessários para
que eles cumpram o papel que lhes foi designado. Essa é uma tarefa que não foi
delegada a nenhuma outra pessoa dentro do corpo de Cristo, e é essencial que os
líderes a entendam.
Segundo, a função dos
santos é fazer a obra do ministério. Ou seja, atividades como visitação,
serviço, apoio aos caídos, a atenção aos novos covertidos, evangelismo pessoal e muitas outras coisas
devem ser de responsabilidade dos santos, não dos líderes. É nisso que encontramos
o erro conceitual mais arraigado na igreja, pois os santos acreditam que essa é
a responsabilidade do líder. Nossa linguagem reflete essa idéia, porque dizemos
que o pastor dedica "tempo integral" ao ministério. Na maioria dos
casos, isso torna os santos observadores passivos.
Terceiro afirmação de Paulo é que o funcionamento
adequado de cada um dentro do corpo é o que produz sua edificação. Observe que
não diz que o pastor constrói a igreja, mas que Cristo a constrói enquanto cada
um faz o que lhe corresponde.
Para pensar:
Este é um momento excelente para redescobrir o grande
projeto de Deus na terra, refletir sobre qual é a sua função no corpo e o que implica
a nós sermos igreja, o corpo de Cristo!